sexta-feira, julho 23, 2004

Não tenho medo, sequer de ter medo:
do dia perfeito, do dia eterno, do dia sereno, do dia;
de encontrar o meu lugar, de encontrar o teu lugar,
de encontrar um lugar nosso;
da verdade, de palavras inteiras, do sentido sublime;
da minha nudez, da tua nudez, de tudo a nu;
de te querer, de te pedir, de te chorar;
de não saber, de não ouvir, de não falar;
de fechar os olhos, de me deixar guiar,
de que não me obedeças. 
 
Não tenho medo, sequer de ter medo,
de que, subitamente, surjas.