quarta-feira, outubro 20, 2004

Muito obrigada a todos os que tornaram a área dos comentários na zona de maior interesse deste blog (melhor, blogue). Um grande abraço.


quinta-feira, outubro 07, 2004




(Fosse tudo diferente. O que éramos deixou de existir. Subitamente, sobravam apenas: algumas ideias para ficção; uns tantos papéis rasgados; fotografias para arquivar; canções e poemas, afinal, do bem comum.)



quarta-feira, outubro 06, 2004

tenho suspeitas, quase certezas. mas às horas que são, apenas consigo:a mentira não sangra;os anjos não se auto-denominam;fugir à regra é renunciar ao festim;compreender é renunciar ao festim;quem serve a bebida tem o poder do veneno;do mesmo mal de amor, só um ou dois podem sofrer;o amor morto não existe, nem na memória;quem presencia o aniversário espera um nascimento;os mensageiros não dizem nada de novo.


sexta-feira, outubro 01, 2004

"Hello, hello (¡Hola!)
I'm at a place called Vertigo (¿Dónde está?)
It's everything I wish I didn't know
Except you give me something I can feel,

feel"

a ouvir "Vertigo"
U2 no Dia Mundial da Música


quinta-feira, setembro 30, 2004

sim

é o mar.é um reino.um sorriso.são os olhos.é uma fé.uma lágrima.é pele.uma casa aquecida.é a chuva.é uma conversa.é sol.são segredos.é nuvem.e é lua.é uma dança.luz amarela.é viajar.és linda.é o amor.um abraço.beija-flor.piano afinado.são amigos.é uma onda.estrela da manhã.és lindo.são palavras.cor-de-rosa.é caminho.os arrepios.é o sabor.é a praia.uma canção.é sentir.é o vento.são cabelos.é saber.é um salto.é coragem.é uma mão.é sonhar.é a voz.um coração.


terça-feira, setembro 28, 2004

Vou dizer-te que tenho a doença crónica da vida, e que é essa doença que me vai matar; vou dizer-te: fazes parte da minha doença.


O mundo é azul azul.


segunda-feira, setembro 27, 2004

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amores falhados
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planos impossíveis
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inércia lírica:
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e vida feita de des
vios.


quinta-feira, setembro 23, 2004

"(eu não sei o que há em ti que se fecha
e se abre;apenas algo em mim compreende
a voz dos teus olhos mais profunda que as rosas)
ninguém,nem a chuva,tem mãos tão miúdas"

e.e. cummings

(tradução encontrada nos reflexos de um navio)





Vamos a la playa, disse - histérico - o editor de imagem.


terça-feira, setembro 21, 2004

Há uma cidade desconhecida. E há ruas
em tudo iguais a outras ruas.

Vagueio por artérias meândricas. A escuridão
entorpece. Impõe-se nova ordem

- procuro os sinais.

Há prédios que suam. Deambulo
sem guia de privilégio, dicionário ou mapa.

Procuro os sinais.

(quero dizer o teu nome - que sei - mas
nesta cidade não mais é permitido
recorrer a desvios axiomáticos.)


segunda-feira, setembro 20, 2004

Mar Absoluto

(...)
"O alento heróico do mar tem seu pólo secreto,
que os homens sentem, seduzidos e medrosos.

O mar é só mar, desprovido de apegos,
matando-se e recuperando-se,
correndo como um touro azul por sua própria sombra,
e arremetendo com bravura contra ninguém,
e sendo depois a pura sombra de si mesmo,
por si mesmo vencido. É o seu grande exercício.

Não precisa do destino fixo da terra,
ele que, ao mesmo tempo,
é o dançarino e a sua dança.

Tem um reino de metamorfose, para experiência:
seu corpo é o seu próprio jogo,
e sua eternidade lúdica
não apenas gratuita: mas perfeita."
(...)

Cecília Meireles

quinta-feira, setembro 16, 2004

Há uma idade nocturna.


quarta-feira, setembro 15, 2004

Digo.

O teu nome
Consigo dizer
o nome. Sem

que me trema
uma aflição. O nome.

O teu nome sem
que me trema
na garganta

Sei.


terça-feira, setembro 14, 2004

"vem correr danças de entrudo
dos meus sonhos adiados
faço uma bailação
mas se te vejo fico mudo
esses teus olhos rasgados
a rasgar meu coração"

a ouvir "Chamarrita Pandeireta"
José Medeiros


segunda-feira, setembro 13, 2004

Olá, dizes tu, Sabes porque está tanto calor?
Olá, respondo eu, A intensidade do teu olhar é-te favorável.
Depois começamos a andar lado a lado e até o tempo se perde de nós.


quinta-feira, agosto 26, 2004



Tenho o Verão à porta e ainda não fiz as limpezas da Primavera.
Demoro uns dias, poucas horas.
Um beijo.


quarta-feira, agosto 25, 2004

Há uma chama.


terça-feira, agosto 24, 2004

O sabor que de nós me ficou, meu querido, na boca, não se pode descrever em palavras.

O sabor que me ficou, meu querido, só tu o sabes também. É o nosso sabor, meu querido, e não há palavras

para o descrever. É o sabor das palavras que me ficou, meu querido. Na boca.


"I'll go walking in circles
While doubting the very ground beneath me
Trying to show unquestioning faith in everything"


a ouvir "Forbidden Colours"
D. Sylvian/R. Sakamoto


segunda-feira, agosto 23, 2004

Há uma senhora.


sábado, agosto 21, 2004



E o silêncio seria só mais uma conversa banal, eu o compreendesse.


quinta-feira, agosto 19, 2004

Haverá momentos sem sentido, sem sentidos, sem sentimentos. E vou pedir-te que me apertes.

quarta-feira, agosto 18, 2004

Ouviste falar? Casaram uma francesa com um morto. Nem imagino como pode ter sido a cerimónia. Como terão trocado as alianças - terá tido o morto direito a um representante? será que o morto disse sim? Apenas uma vontade prevaleceu, a da mulher francesa que
quis ser sua viúva.
A pobre mulher precisava de reconhecimento, de testemunhas, de uma aliança - aliás, de duas alianças. Nunca ouvi tamanho disparate. Mas também eu te digo: se algum dia sentir tal necessidade, pensarei em qualquer coisa ao contrário. Vou definitivamente para junto de ti. Ou chamo-te, se é que consegues reunir força para regressar ao meu plano, se é que, juntos, temos suficientes forças, pois
eu só posso ser tua mulher.


É tudo tão pouco, tudo tão triste. Tu não sentes. Eu estou tão quieta, e não dormi. Eu nunca durmo. Não se ouve um som. No silêncio, só o ruído não se cala no meu corpo. Tu não ouves, eu não explico. Rebenta a onda nos meus olhos e tu proteges-te dos salpicos. Mas eu não choro. Eu nunca choro.


"So tell me how it feels It feels so good Tell me how it goes It goes so fast"

a ouvir "Whiskey and Water"
Tindersticks

A meu favor tenho o amor ao deus interior.

Abri a palma da minha mão em frente aos olhos, entre a tua cara e a minha cara. Nem mais uma palavra, disse a minha mão.


segunda-feira, agosto 16, 2004

"Haja o que houver há sempre um homem para uma mulher. E há de sempre haver para esquecer um falso amor e uma vontade de morrer. Seja como for há de vencer o grande amor que há de ser no coração como perdão pra quem chorou."

Vinicius de Moraes


domingo, agosto 15, 2004

(por mais voltas que dê)

o sol nasce sempre
toda e qualquer manhã

(no mesmo sítio

no enquadramento exacto
da tua janela

no teu quarto)